Foto: Pedro Piegas (Diário)
O diretor da rede catarinense Havan, Nilton Hang, esteve na sexta em Santa Maria, acompanhado de engenheiros, para avaliar o terreno ao lado do Lar das Vovozinhas e conversar com a direção da instituição. Segundo Nilton, está tudo certo entre as partes para o aluguel da área que pertence ao Lar, mas o contrato só será assinado após negociações que garantam a abertura da loja nos feriados em Santa Maria. Nilton diz que, nos próximos dias, um responsável pelo setor de Recursos Humanos da Havan deve vir a Santa Maria para negociar a abertura em feriados com o Sindicato dos Comerciários de Santa Maria. Ele voltou a afirmar que, se não for permitido o funcionamento, a loja, com investimento de R$ 30 milhões e 150 funcionários, não será construída na cidade. Na minha opinião, é apenas uma forma de pressão, mas não significa que a loja não será construída.
- Temos lojas em todo o Brasil. Só não costumamos abrir no Natal, Ano Novo e, em alguns lugares, na Páscoa - disse.
A coluna procurou Rogério Reis, presidente do Sindicato dos Comerciários, que disse ser favorável à vinda da Havan para Santa Maria. É difícil dizer se, na prática, é isso mesmo.
- Tem de vim, sou 100% a favor à Havan. Queremos a Havan, como queremos outras empresas para gerar empregos. Cada empresa que vem tira gente da rua, precisamos de empregos - disse ele.
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Reis afirmou, porém, que a negociação da Havan precisa ser feita com o Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), pois é necessário haver, primeiro, um acordo entre a empresa e o sindicato patronal para que o Sindilojas apresente uma proposta formal aos comerciários. Só a partir daí é que será possível levar o assunto à assembleia dos trabalhadores.
- Não existe nenhum problema de abrir todos os feriados. Em 2018, começaram a discutir abertura em oito feriados, mas acabou ficando em quatro. Por exemplo, tem o pequeno lojista com três funcionários que não quer abrir. O pequeno não quer pagar (referindo-se ao pagamento extra de R$ 65 por feriado, além de folga em outro dia, que foi definido na convenção de 2018). Então, como fica esse que não abre a loja por que não pode pagar? - questiona.
Segundo Reis, além de pagamento extra e folga, ele precisa levar em conta fatores na hora da negociação, como saber se, no feriado, haverá transporte coletivo para os trabalhadores, vale-refeição e local onde possam comer. Ele diz que tudo isso é questionado pelos trabalhadores na hora da assembleia e que precisa ser levado em conta para a tomada das decisões. Já o Sindilojas alega que procurou a Havan para esclarecer a situação e que quem costuma emperrar as negociações é o Sindicato dos Comerciários.